Viagem do Brasil à África do Sul

Viajamos de South African Airlines, de Brasília para São Paulo (1:40), de lá para Johannesburg (8 horas e meia) e de lá direto para a cidade de Hoedspruit (pronuncia-se Rudispreit, mais duas horas), que fica na província de Limpopo, no nordeste da África do Sul. A viagem é cansativa mas a South African é até uma companhia razoável. Monitores individuais com filmes e joguinhos para distrair. Cadeiras não tão apertadas.



A província de Limpopo concentra a maior parte das reservas de vida selvagem da África do Sul, incluindo a maior delas, que é o parque nacional de Kruger. Apesar de ser o maior, o Kruger National Park é público e por isso um pouco pior conservado e mais cheio de regras que as reservas privadas. Por isso demos preferência a uma reserva privada muito bem conceituada: a de Kapama. No Kruger Park, por exemplo, não se pode sair com os veículos das estradas para seguir os animais pelo cerrado, coisa que cansamos de fazer em nossos safaris em Kapama.

Quem vai para o Kruger Park costuma pegar um avião de Johannesburg para a cidade de Nelspruit. Já quem vai para uma das reservas particulares, como nós, costuma voar para Hoedspruit.


O "A" indica Hoedspruit.

O pequeno aeroporto de Hoedspruit.

Kapama River Lodge

Já no aeroporto fomos recebidos pelo pessoal do hotel, que nos levou direto para lá.

O Kapama River Lodge é um hotel no estílo rústico que fica no meio da reserva, circundado por uma cerca eletrificada para evitar encontros inesperados com leões e guepardos... Alguns cervos viviam na área interna.

O quarto era mesmo bonito e espaçoso, como se vê nas fotos abaixo, com duas varandas e vista para a savana.











Área comum do hotel



Os Safaris - Parte 1 - Como Funciona

Fizemos ao todo seis safaris, alguns pela manhã, outros à tarde. Cada Safari tinha duração de 4 a 5 horas. Quando pela manhã, saíamos antes das 6, ainda no escuro, e voltávamos para o hotel por volta de 11:30. Quando à tarde, saíamos por volta de 16 horas e só voltávamos quando já estava escuro. Parte dos safaris era feita à noite mesmo, com a iluminação de um holofote que ficava na mão do rastreador, que ia apontando e iluminando os animais.

Fizemos os safaris em Land Rovers completamente abertas. Não havia teto, grades ou proteções contra ataques de animais, a não ser pelo rifle (carregado com bala de verdade, nada de tranquilizante) que por vezes os guias usavam, principalmente quando tinham de sair dos veículos por algum motivo.


Nós éramos orientados a não sair do veículo ou nos levantar dos assentos. Segundo os guias, os animais estavam acostumados a ver os veículos de safaris e sabiam que estes não representavam nem presa nem predador. Ainda segundo os guias, os animais seriam incapazes de distinguir as pessoas dentro dos veículos como tais (a não ser quando se levantavam), entendendo veículo e passageiros como uma coisa só.

Dirigindo a Land Rover (à direita, pois o volante na África do Sul é como na Inglaterra, do outro lado) ia sempre a nossa guia Kim. Sentado em uma poltrona à esquerda, meio que para fora do veículo, ia nosso Tracker, ou rastreador, Lars, que observava as pegadas no chão, os animais ao longe, e indicava o caminho por meio de sinais para Kim.





Quando avistávamos algum animal, por vezes saíamos das estradinhas de terra batida e invadíamos as savanas. A Land Rover passava por cima de arbustos e riachos sem tomar conhecimento. A vegetação era mais rasteira, mas às vezes a mata fechava um pouco mais e os galhos das árvores, muitas com espinhos, vinham na nossa cara.


Finalmente, quando encontrávamos algum animal (ou grupo de animais) interessante, chegávamos o mais perto possível, a Kim desligava o motor e ficávamos ali, do lado deles, acompanhando o cotidiano deles por uns 15 a 20 minutos, até partir para outro ponto. 

Os Safaris - Parte 2 - Big Five

Tivemos a sorte de encontrar em nossos safaris todos os chamados BIG FIVE, que são os cinco animais selvagens considerados mais perigosos: Leão, Búfalo, Rinoceronte, Elefante e Leopardo.

Eu particularmente não acho o Búfalo merecedor de estar nessa lista e colocaria o Hipópotamo no lugar dele, que me parece bem mais assustador...

Como todo mundo só fala nos BIG FIVE, vou deixar esse post só com fotos desses cinco, no próximo coloco os outros animais que vimos.

Em algumas fotos fica clara a proximidade dos animais com os veículos! Eles passam do lado da gente mesmo. É impressionante.

E para quem acha que o safari não é propriamente uma "novidade" porque já viu esses animais todos no zoológico, esqueça! É uma experiência COMPLETAMENTE diferente vê-los na natureza, correndo, caçando, fazendo o que quiserem, soltos. Além da adrenalina de não haver grades entre você e eles...

1) O Leão

Encontramos leões, leoas e filhotes em várias ocasiões.

Na primeira vez já estava de noite e encontramos uma família inteira: leão, leoa e três filhotes. Precisamos dos holofotes para acompanhá-los, o que não parecia incomodá-los. Em algumas fotos dá para ver a proximidade dos animais com o nosso veículo, ou seja, do lado!!!  Ficamos parados por cerca de 20 minutos, de motor desligado, acompanhando o início de noite da família de leões... Quando eles estavam deitados ficávamos no maior burburinho, mas quando o leão se levantava e passava perto, nego nem respirava!























Em outro dia, demos com um leão esparramado na beira da estradinha, aproveitando uma somba. Leões passam cerca de 22 horas do dia deitados sem fazer nada... Mas quando se levantam impõem respeito...








Encontramos ainda uma leoa com seus filhotes, caçando um impala. Os filhotes davam a volta e empurravam a presa na direção da leoa, que dava o bote. Como o animal escapou, os filhotes foram brincar na árvore, o que segundo a guia não é muito comum (porque eles sobem fácil mas ficam com medo de descer).










2) Elefante

Não só tivemos a oportunidade de ver vários elefantes nos safaris, como também fizemos um safari especial montados nos elefantes, mas isso já é um outro post...

É impressionante como um bicho daquele tamanho, ou mesmo uma manada inteira, consegue sumir e aparecer tão repentinamente (e de forma tão silenciosa) dentre as árvores. Por vezes só percebíamos a presença deles quando já estavam a poucos metros.












No vídeo abaixo o momento em que um dos elefantes se estressou com a presença dos carros e deu um susto. Ainda bem que logo depois ele desiste de perseguir o veículo e muda de rumo...



3) Rinoceronte

Outro animal que impressiona, deitado ali na sua frente, a poucos metros.

O que mais me chamou atenção foi a posição dos olhos do bicho. Parece que estão mal posicionados, mais em baixo do que deveriam estar!












Reparem nesses aí bloqueando a passagem!!! Tivemos que dar a volta, saindo da estrada.






4) Leopardos e Guepardos

Esses foram o que mais tivemos trabalho em encontrar. E o leopardo foi também o que mais me deu medo. Ele não tinha aquele jeito tranquilo, preguiçoso do leão. Tinha um jeitão de poucos amigos, como quem estava alerta e podia atacar a qualquer momento. Foi também o animal que mais tivemos que entrar mata adentro para encontrar. O carro quase fica preso entre as árvores...

As fotos dos guepardos são cortesia de um holandês que tinha uma daquelas máquinas profissionais.








5) Búfalo

Por último, e nesse caso menos importante mesmo, estão os búfalos.

Apesar de serem búfalos selvagens e - segundo nossa guia - talvez o mais perigoso dos cinco de se encontrar a pé, não consegui me impressionar muito com eles. Lembrava das fazendas de búfalos e não os via como realmente "selvagens"...